quarta-feira, 12 de maio de 2010

Liberdade de Expressão?

Na noite de ontem (11/05), enquanto alunos passavam nas salas de aula para convidar os acadêmicos para a manifestação de quinta-feira (13/05) e conversar, problematizar o que esta acontecendo dentro da universidade, diversos professores-as passaram a agredir os estudantes dentro das salas de aula utilizando termos como: "terroristas" e afins.
Uma evidente postura de "criminalização" das lutas sociais. A administração da UNIVILLE tem histórico em processar estudantes-militantes. Percebemos a falta de consciência social e do caráter democrático que a Univille diz ter, essa criminalização que estamos sofrendo vai na contra mão de uma relação de respeito entre a Instituição acadêmica e respeito ao diferente, estamos num contexto de dialogo, não de enfrentamento agressivo.

PARTICIPE!!!



Na noite de segunda-feira (10 de maio de 2010) O Diretório Central dos Estudantes, o Centro Acadêmico Livre de História - Eunaldi Verdi, ao lado de outros-as militantes sociais e políticos organizaram um ato em solidariedade as 55 trabalhadores-as demitidas da UNIVILLE.


Solidariedade Estudantil as-os trabalhadores-os da Zeladoria


O que Mafalda diz sobre demissão na UNIVILLE.


Uma breve entrevista para saber como está sendo a luta e a solidariedade com as zeladoras demitidas na UNIVILLE.

1) Na sexta-feira aconteceu um ato em solidariedade as zeladoras. Onde foi o ato? O que acontecia no auditório da UNIVILLE? Quais foram as reações das zeladoras e demais trabalhadoras? Como a instituição reagiu?
Na sexta-feira (7/05), os estudantes prestaram um ato de solidariedade às 55 zeladoras que foram demitidas da UNIVILLE. O ato ocorreu no auditório, onde estava tendo uma homenagem ao dia das mães feita pela reitoria. Nesse ato os estudantes entregaram uma carta à reitoria pedindo explicações sobre as demissões.

2) O DCE está prestando solidariedade as zeladoras demitidas. Como está sendo o diálogo com as zeladoras? Como está o dialogo com o sindicato ? Como está o envolvimento dos outros movimentos sociais, as entidades e organizações políticas?
No primeiro momento o DCE conversou com as zeladoras para saber o que de fato aconteceu, as mesmas relataram o constrangimento que sofreram pela administração da Universidade e os pontos que elas querem que seja revisto pela administração. Procuramos o sindicato, aonde vieram e conversaram com as zeladoras nessa segunda-feira (10/05), se disponibilizaram em ajudá-las com os processos judiciais, mas em momento algum na luta. Os movimentos sociais, e alguns Centros Acadêmicos estão dia-a-dia na luta, estamos fazendo panfletagem todas as noites na universidade, passando em salas de aula e convidando todos os acadêmicos a participarem da assembléia que ocorrera na quinta-feira (13/05), as 20:30 em frente ao banco HSBC na UNIVILLE.

3) Na segunda-feira aconteceu uma panfletagem e recolhimento de assinaturas contra as demissões e pedindo a recontratação. As reivindicações foram construídas pelo DCE ou ocorreu participação das zeladoras ? Como os-as estudantes estão recebendo as atividades do DCE e as demissões ?
As reivindicações que o DCE construiu foi a partir das conversas que tivemos com as zeladoras. Alguns acadêmicos acham que a terceirização do serviço é um processo comum, aonde em muitos lugares isso vem ocorrendo de forma natural e que a UNIVILLE precisa diminuir os gastos. O caráter comunitário que a UNIVILLE diz ter está sendo ?esquecido? vivemos no coletivo, onde o nosso principal dever como cidadão é de prestar solidariedade ao próximo. Essas mulheres, mães de família, donas de casa, não tem o dever de arcar com a falta de infra-estrutura que a UNIVILLE diz estar sofrendo. Em conversa com o professor Raul, o mesmo disse que: ?As demissões das zeladoras não são por causa dos custos, terceirizando ou não o serviço a universidade continua com o mesmo déficit.? Não podemos esquecer todos os serviços que hoje já são terceirizados dentro da UNIVILLE, de que a cada ano a permanência do acadêmico é mais difícil de garantir. Qual é o real serviço comunitário que a universidade faz?

4) No olhando as atividades, como vcs estão as percebendo, saldo positivo, está ocorrendo uma mobilização ? A administração da UNIVILLE já se colocou a disposição de dialogar com DCE ? Durante esses três dias de panfletagem e conversa com os acadêmicos, percebemos que esse assunto esta repercutindo em salas de aula, os acadêmicos estão interessados em saber o que de fato esta acontecendo com a UNIVILLE. Ainda não compreendemos o real motivo das demissões.

Univille, uma Empresa ou Universidade?

Temos visto nos últimos anos uma crescente postura ideológica e política da gestão do Prof. Msc. Paulo Ivo Koehntopp reitor da UNIVILLE, com uma gestão e viés técnico, administrativo e estratégico, nem um pouco diferente de qualquer outra empresa que esteja ao nosso redor do parque fabril norte. Discursos como: metas, visão da universidade, o engodo do terceiro setor e outras ideologias típicas dos chamados neoliberais, são impostos covardemente aos estudantes e trabalhadores da UNIVILLE.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) luta contra este aprofundamento mercadológico de nossa universidade, temos visto com preocupação um acelerado jogo político e mercantil, que é percebido por todos os estudantes e trabalhadores da UNIVILLE, como por exemplo: o corte nos financiamentos das bolsas de estudo, o aumento abusivo das mensalidades, a terceirização dos serviços/trabalhadores da UNIVILLE.
O problema deste último caso grave, traz o número de 51 trabalhadoras e 4 trabalhadores, com caráter de funcionárias(os) públicas(os), que tiveram apenas duas escolhas “impostas” pelo reitor da UNIVILLE: de serem remanejadas para uma empresa terceirizada onde terão seus salários reduzidos ou pedir sua demissão e cair na rua a sua própria sorte.
Podemos lembrar também do absurdo chamado voluntariado da UNIVILLE, onde cobra os “involuntários” a prestarem serviço e ouvirem palestras obrigatórias em troca de bolsas de estudo. A gestão da Universidade está “focada” no Ensino, Pesquisa e Extensão, onde muito desses projetos são realizados para uma população com caráter de grande carência, enquanto vários(as) funcionários(as) vivem esse caráter dentro da própria UNIVERSIDADE.
O DCE defende que a UNIVILLE deve ter caráter social de verdade, mantendo seus próprios estudantes na universidade, oferecendo um serviço público, gratuito e de qualidade, e passe a ter uma postura de universidade e não a de uma empresa, que visa o lucro e transforma a nossa universidade em um negócio qualquer.
A UNIVILLE tem se transformado em um verdadeiro Shopping Center, onde existe uma copiadora terceirizada, um restaurante com preço abusivo, uma empresa que oferece o serviço de segurança, outra que oferece o serviço de estacionamento, outra oferece o serviço de cobranças das mensalidades, cantinas, máquinas de café, e os corredores estão virando prateleiras de negócios, onde são oferecidos: vendas de motos, vendas de cartões da C&A, RENNER, cursos de idiomas e até mídia para o deplorável Big Brother Brasil. É uma realidade triste onde invertemos valores e o real sentido das coisas e de nossas vidas.
A UNIVILLE tem a obrigação de oferecer de forma gratuita aos seus alunos, funcionários e à comunidade em geral, em vista da altíssima mensalidade, os serviços que hoje são todos terceirizados, entendendo que a terceirização dos serviços não resolve o problema que a UNIVILLE está enfrentando (FALINDO), os serviços terceirizados não são de melhor qualidade e nem a “solução” para um melhor funcionamento, pelo contrário, isso apenas onera as mensalidades, visto que terá um intermediário entre os trabalhadores e a UNIVILLE.
Desta forma, o DCE defende as seguintes exigências:
- Recontratação imediata dos(as) 74 funcionários(as) nas mesmas condições anteriores;
- Reestruturação do quadro de funcionários(as) da zeladoria, a partir de novas contratações, pois o mesmo está defasado, sobrecarregando os(as) funcionários(as);
- Projeto educacional que contemple funcionários(as) da Univille, visto que a mesma possui cursos de licenciatura necessários e salas vazias, enquanto seus trabalhadores(as) ficam a margem do sistema de educação.
Conhecimento e educação não são mercadorias e não devem ter o sentido de lucro. Educação é um dever do estado e não dos lucros empresariais; assim convocamos todos os(as) universitários(as) e trabalhadores(as) da UNIVILLE a lutarem contra essa lógica exploratória que cresce a cada ano.