sábado, 5 de junho de 2010

Aumento das Mensalidades - 2009





A UNIVILLE foi criada pela prefeitura municipal. Assim, tem um artigo da Lei Orgânica do município que determina o repasse de 4% do orçamento destinado a educação. O último pagamento, no valor de R$200 mil, foi feito em 2006. O repasse é destinado a bolsas de estudos e manutenção da estrutura. A dívida com a Univille já se acumula num valor de R$21 milhões. Durante a gestão do Tebaldi, o DCE da Univille se posicionou defendendo o repasse, mas não foi atendido. O prefeito Carlito Merss se elegeu com uma proposta de campanha se comprometendo em efetuar o pagamento, e da dívida que é destinado à universidade. Desde o começo do ano de 2009 tentamos uma negociação com a chefe de gabinete da prefeitura e não fomos atendidos, pois a mesma, nos enviou uma carta/resposta, dizendo que sobre o repasse, a prefeitura só vai discutir com a reitoria, ou seja, os acadêmicos não tem voz e nenhuma importância. Uma das justificativas dadas pelo poder público é a falta de verba e a prioridade de investimento no setor da saúde. No entanto, o município anunciou um repasse para a SOCIESC no valor de R$400 mil reais, no último dia 06/10/09.

Os estudantes exigem o cumprimento da promessa de campanha e a garantia de bolsas de estudos, pois são fundamentais para a permanência destes na universidade, além disso, a universidade tem usado como “desculpa” para não investir na extensão, pesquisa, e em outros.

A Universidade pretende efetuar um reajuste na mensalidade para o ano de 2010, o aumento está justificado na resolução 44 / 06 do Conselho de Administração, que regulamenta suas ações de acordo com as variações do mercado, tentando manter um equilíbrio entre o aumento de gastos da universidade (pessoal e custeio) com o preço da mensalidade. Aqui se encontra uma primeira contradição, pois a UNIVILLE é uma entidade comunitária, sem fins lucrativos e com autonomia administrativa e financeira, então, não deveria ser a primeira a ceder à prepotência dos números. A UNIVILLE é regida na forma da lei e de estatuto, e têm suas deliberações discutidas em conselhos de diferentes áreas, estranhamente, a entidade educacional tem o conselho de Administração como o mais importante, se não o assim se caracteriza, pelo menos é o único que decide sobre o aumento da mensalidade, ou seja, temos políticas educacionais orientadas pelo imperialismo dos números, temos uma universidade que busca “produzir e disseminar o conhecimento científico, tecnológico, artístico e cultural com vista ao bem social” e “inovar, com responsabilidade, para expandir a acessibilidade e a permanência do estudante na instituição”[1], mas que há tempo tem regulamentado suas ações de forma autoritária, basta ver que o nobre conselho que vota o aumento da mensalidade tem apenas um representante dos acadêmicos, que direito temos? Talvez, o de ser voto vencido, justamente os que mais sofrem as conseqüências das políticas institucionais.

“Qualquer dúvida em relação ao aumento da mensalidade vai estar detalhadamente explicada nas resoluções do conselho de administração” - é essa uma forma transparente e democrática de justificar o aumento? Ou uma forma mais eficaz de controle? Para uma instituição financeira, para as empresas capitalistas, números justificam sim suas ações, e isso não é novidade pra ninguém, sabemos que nas práticas de mercado, na busca pelo lucro, toda e qualquer contradição e deficiência do mercado tende a ser superada nas custas do consumidor, que é lesado com o aumento dos preços e de juros, difícil de entender é, como uma entidade educacional, que se diz em “contínua transformação contribuindo para aumentar a capacidade de mudança da sociedade” compartilhe tão bem com as atuais tendências mercadológicas, que por essência atuam para a minoria? Talvez porque aqui ,assim como no mercado, o acadêmico é tratado como consumidor e, infelizmente, a educação como produto, não diferente, nos acostumamos a nos deparar com promoções da UNIVILLE; bolsas de 100 % e a reestruturação dos cursos de licenciaturas, esse tipo de ação justifica o discurso de acesso e permanência a educação? Poderiam mudar o falatório para “fácil de entrar, difícil de sair”, lembrando também que, bolsas e descontos, nada disso é caridade da UNIVILLE, é tudo pago com dinheiro do acadêmico, com mensalidade, com estágio e trabalho, a questão é que, grande parte desse dinheiro público a UNIVILLE destina ao tipo de política educacional que se faz, sem sucesso, no Brasil, onde se prefere investir em tijolos a em pessoas, qualquer um já se deparou com o discurso de que a universidade cresceu, sim, em blocos, salas, pisos, muros, tijolos e tijolos foram sendo levantados ao longo desses anos, mas que, infelizmente, para uma maioria da população, servem apenas pra se olhar na “semana da comunidade”, uma prova disso é a compra do SESI por cerca de 8 milhões de reais, quantas bolsas poderiam ser pagas com esse valor? Quantos reajustes de mensalidade poderiam ser evitados?

A UNIVILLE quer crescer, mas desconta todos os seus empreendimentos no bolso do acadêmico, que graças a uma burocratização de conselhos, tem apenas uma voz, que soa muito fraca no campus, para decidir sobre assuntos de seu interesse, a UNIVILLE é uma entidade educacional, mas se limita a cálculos matemáticos para dirigir suas ações de acesso e permanência a educação, por que a instituição, ou que tipo, de discussão social vêem se perpetuando nos conselhos administrativos? Alguém na UNIVILLE é consultado sobre sua situação financeira – se mudou, ou se melhorou – antes de ser implantado um novo aumento?

Pela falta de comunicação e democracia, pela aparelhização das práticas administrativas da UNIVILLE, pelo jogo a qual somos submetidos ano a ano, é necessário que, os principais interessados, lutem pelo aumento zero da mensalidade, para que o discurso, as resoluções e ações da UNIVILLE se modifiquem, não fiquem atreladas apenas aos números, forma de controle que se demonstra eficaz à administração, mas desigual, simplista e prejudicial ao aluno.

A federalização das instituições vinculadas ao sistema ACAFE para se obter “ensino público, gratuito e de qualidade”.

Lutar pela inclusão da nossa Região no Plano de Expansão do Ensino

Superior Federal, com a instalação de uma Universidade Pública,

Gratuita, de Qualidade, Comprometida com um processo de

desenvolvimento democrático, justo, solidário e sustentável.

Não podemos aceitar que a Universidade, com ou sem repasse da verba municipal, aumente mais uma vez as mensalidades.

Não podemos aceitar que a prefeitura municipal de Joinville deixe de repassar de forma irresponsável a verba que é destinada a UNIVILLE.

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